quinta-feira, 2 de julho de 2009
Quintas-feitas
Quartas desfeitas, feitas quintas. Assim passa o tempo, eterno, riacho que passa, ora rio, ora mar, feito largo num abraço de gente amada, e depois, posto mágoa, faz-se fino como o fio da voz que sobra na garganta, apertada, atormentada, como o coração que não pode amar. Assim, somos tensão, uma alma dilatada, que se estica entre o que passou e que ainda está por vir, e somos essa tensão, somos a atenção ao presente, como diz Agostinho, somos distensão. E o tempo é o que passa, e aquele que nos carrega, que nos puxa pela mão e não nos deixa congelados. É ele o calor do sangue, a amizade sempre comprida, que mesmo num tempo curto se desdobra em infinito momento. Sim, assim, impressão sempre, as quintas feitas que logo serão sextas e outras tantas sétimas e oitavas vão nos levando rio abaixo, para um não-sabido lugar, mas rio acima também para os que sabem nadar. E, um menino levado, um jogo de imagens perdidas na vida vivida, ou um turbilhão de anseios, é o tempo, que passa, que passa e que não quer nunca desaguar.
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Um comentário:
"O coração que não pode amar"! Ele está doente?
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