quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Que passa.

Nenhuma verdade é suficientemente verdade que depois de escrita permaneça verdadeiramente como era. A dinâmica da vida faz com que as verdades que se entremeiam na rede viva sejam jogos de luzes, reflexos de existência certa e permanência infame. Nenhuma verdade é suficientemente verdade a ponto de se tornar empedernida. A verdade é fluida. Fluida como mãos e braços que enlaçam o pescoço seu num abraço rápido e lhe tapa a boca impedindo suas palavras. A sentença escrita permanece. A verdade fenece no contorno do grafite. Verdadeiramente não fenece. Apenas translada numa metempsicose caótica e contínua. Pula de forma em forma e se desfaz como arco-íris sob a sombra. Nenhuma verdade dura imutável mais que um piscar de olhos, que um estalar de línguas, que um toque entre olhares cúmplices. O amor é uma verdade. Pois que passe.

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