segunda-feira, 30 de novembro de 2009

O Abraço

Aos poucos, no que teus braços

Contornam meus traços, minha

Consciência em lentos passos

Percorre meus nervos, me salta

Dos poros e arrebata parte

De teu espírito para mim.

Meus trêmulos braços percorrem

Seus traços e eu, com consciência

Canibal (engolindo teu espírito) e

Nervos em saltos, tento, traço

A traço, um passo a mais em

Teus braços. Mas nós, nervo a nervo,

Passo a passo, em poros, braços e

Espíritos – ora estreitos ora esparsos –

Nos demoramos, conscientes apenas

Do abraço (que aproxima, mas que

Reafirma – aquele que separa – o traço).