domingo, 2 de maio de 2010

Andanças

para silvinha,

O tempo passa e a graça fica,
o dia tarda e a noite estica,
acho graça do que não se explica
e o que se fica é só fumaça
que arde os olhos, tapa a vista
e provoca as sensações.
Assim caminho tranquilo
roubando um beijo da noite
e ao dia levando um sorriso.
Se sou lembrança ou sonho?
Apenas me visto e revisto,
reservando em mim o mistério,
que revelo docemente, a cada
suspiro deixado, a cada olhar tristemente.
Andar pisando no tempo
sem medo de firmar o corpo.
Se perder pela contra-mão,
mas sem nunca morrer de graça.
Fazer sempre da razão o caminho
que ultrapassa.

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