sábado, 27 de fevereiro de 2010

O Rei do Tempo

O tempo traz um fascínio,
que só o tempo explica.
Uma enxurrada de segundos
desaguada na infância que
não tem o menor valor.
Um tempo perdido ao léu,
como o chinelo deixado solto
na volta para casa após o futebol
De rua.
Nada importa, nada preocupa.
O tempo é vasto e nunca assusta
àquele que nada teme.
Mas tão logo passa o tempo
E perder não é mais certo
Quer-se ter bem por perto
o relógio e a certeza.
Mas o tempo não faz justiça
Ele assim rouba discreto, aos
Poucos, o estar vivo. O tempo
aos poucos austero, rouba
É na descoberta e leva
Longe a tranquilidade.
O tempo já bem passado,
deixa de lado o presente,
reclama insistentemente
aquilo não conquistado.
Reclama o fogo perdido,
reclama o sono dormido,
reclama toda a história.
O tempo, talvez sabedoria,
só faz reforçar a saudade,
reconstrói meio sem alegria
um cheiro ou cor adormecidos.
O tempo com distinção, leva aos
Poucos a razão. Leva rios de
Lembranças e sem força e na
Contra-mão, o tempo passa
Sozinho, levando, seguro de
Destino, tudo a seu ponto final.

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